| |
Música e Poemas do Hobbit
CAP. I
Lascai os copos e estalai os pratos! Cegai as facas e dobrai os garfos! É isso que Bilbo Baggins detestaÂ… Parti as garrafas e queimai as rolhas!
Rasgai a toalha e pisai a gordura! Entornai o leite no ch㯠da despensa! Deixai os ossos no tapete do quarto! Lambuzai de vinho todas as portas!
Deitai os cacos num caldeir㯠a ferver; Esmagai-os muito bem com um cacete; E se no fim alguns estiverem inteiros, Mandai-os a rebolar pelo corredor fora!
É isso que Bilbo Baggins detesta! Portanto, cautela, cautelinha com os pratos!
-------------------------------------
Para longe, no frio das Montanhas Nebulosas, Para masmorras fundas e velhas cavernas Partir devemos antes de nascer do dia, Em busca do pᬩdo e encantado ouro.
Os aníµ—í³ antigos poderosos encantamentos fizeram Enquanto martelos desciam como sinos vibrantes, Em lugares fundos onde escuras coisas dormem, Em salíµ—í³ ocos debaixo das montanhas.
Para rei antigo e senhor 鬦ico Muitos rutilantes tesouros lá oldaram E fundiram, e a luz capturaram Para em gemas de punho de espada a aprisionarem.
Em colares de prata cravejaram As florescentes estrelas, em coroas suspenderam O fogo do drag㯬 em fio torcido Entreteceram a luz da Lua e do Sol.
Para longe, no frio das Montanhas Nebulosas, Para masmorras fundas e velhas cavernas Partir devemos antes de nascer do dia, Para reclamar o nosso há uito esquecido ouro.
Ta硳 lá ¥sculpiram para si pr󰲩os, E harpas de ouro; onde nenhum homem mora Longamente eles moraram, e muitas cançµ¥s Cantaram, sem que homens ou elfos as escutassem.
Os pinheiros bramiam nas alturas, Os ventos gemiam na noite. O fogo era vermelho, a chama alastrava; As á²¶ores como archotes de luz fulguravam.
Os sinos vibravam no vale E homens olhavam, pᬩdos, para cima; Depois a ira do drag㯠mais fera do que fogo, Arrasou as suas torres e fr᧥is casas.
A montanha fumegava sob a luz; Os aníµ—í³ ouviam os passos do Destino. Fugiram do seu palᣩo para caí²¥m moribundos Debaixo dos pé³ dele, debaixo da Lua.
Para longe, na soturnidade das montanhas Nebulosas, Para masmorras fundas e penumbrentas cavernas, Partir devemos antes de nascer o dia, Para a ele conquistar as nossas harpas e o nosso ouro!
------------------------------------------------
CAP. III
Oh, que fazeis, E aonde ides?! Os vossos p󮥩s Precisam de ser ferrados! O rio corre! Ò¬ trá¬á¬á¬alá?ŠAqui em baixo no vale!
Oh, que procurais, E aonde vos dirigis? Os feixes cheiram, Os p㥳 de aveia cozem! Tri-li-li-lito O vale é ¢onito Ah! Ah!
Oh, aonde ides, Com as barbas a ondular? N㯠sabendo, n㯠sabendo O que traz Mister Baggins E Balin e Dwalin Cá ¡baixo ao vale Em Junho, Ah! Ah!
Oh, ficareis, Ou partireis apressados? Os vossos p󮥩s desgarram-se, A luz do dia morre! Partir seria loucura, Ficar seria agradá¶¥l, E escutar, e escutar Até ¡o fim da escurid㯬 A nossa mò³©£a, Ah! Ah!
-----------------------------------------------
CAP. IV
Clap! Snap! A fenda preta! Agarra, apanha! Belisca e aperta! E para baixo, para a cidade dos gnomos, Tu vais, meu rapaz!
Clash! Crash! Esmaga, quebra! Maretlo e tenaz! Aldrava e gnomos! Bate, bate, debaixo do ch㯡 Oh! Oh!, meu rapaz!
Suí£¨e! Smac! Estala o chicote! Bate e rebate, choraminga e bale! Trabalha e trabalha! Ai de ti se pregui硳, Enquanto gnomos bebem, e gnomos riem, roda e à ²oda, debaixo do ch㯬 Lá ¥m baixo, meu rapaz!
------------------------------------
Cap. VI
Quinze pᳳaros em cinco abetos, De penas eri硤as por ardente brisa! Mas que estranhos passarinhos, n㯠tinham asas! Oh, que faremos ೠestranhas criaturinhas? Assamo-las vivas ou guisamo-las num tacho, Fritamo-las, cozemo-las e comemo-las quentes?
Ardei, ardei, á²¶ore e feto! Mirrai e crestai! Um archote crepitante Que ilumine a noite para nosso deleite! Iá ¥i!
Cozei-os e assai-os, fritai-os e grelhai-os! Até ¡s barbas brilharem e os olhos vitrificarem; Até ¯ cabelo feder e a pele estalar, A gordura derreter e os ossos enegrecerem E em cinzas ficarem Debaixo do c鵡 Assim os aníµ—í³ morrer㯬 E iluminar㯠a noite para nosso prazer, Iá ¥i! Iá¨arri-ei! Iá³i!
------------------------------------------------
CAP. VII
O vento soprava no urzal seco, Mas na floresta n㯠bulia folha: Lá ¨avia sombras de noite e de dia, E coisas escuras passavam, silentes, em baixo.
O vento descia de frias montanhas E qual maré ²ugia e rolava; Os rumos suspiravam, a floresta gemia, E caí¡ folhas sobre outras já ortas.
O vento continuava de oeste para leste; Todo o movimento da floresta cessava, Mas agudas e á³°eras atravé³ do pâ®´ano Soltavam-se as suas vozes silibantes.
As ervas silvavam, as suas hastes dobravam-se, Os juncos entrechocavam-se – e continuava Sobre lagoa agitada debaixo do céµ frio Onde nuvens galopantes se rasgavam e rompiam.
Passava pela nua e solitᲩa montanha E voava sobre covil do drag㯺 Aí °retos e escuros erguiam penhascos E fumo esvoaç¡®te andava no ar.
Deixou o mundo e seguiu o seu voo Sobre os largos mares da noite. A Lua partiu à ¶ela na ventania E, soprada, a luz das estrelas fulgiu.
------------------------------------------------
CAP. VIII
Velha aranha gorda numa Ჶore a tecer, velha aranha gorda n㯠me podes ver! Aranha, aranhona, N㯠pᲡs, glutona, N㯠pᲡs de tecer para me procurar?
Velha aranha manhosa, só £¯rpanzil, Velha aranha manhosa, espiar-me n㯠podes! Aranha, aranhona, Caí ¤aí ¡baixo, glutona, Nunca me apanhará³ a subir à ´ua á²¶ore!
A pergui篳a Bola e a doida Bolona Tecem teias para me apanhar. Sou muito mais tenro do que a outra carne, Mas n㯠me conseguem encontrar!
Aqui estou, mosquinha atrevida; Você³ s㯠gordas e indolentes. N㯠conseguem apanhar-me, embora tentem, Nas suas loucas teias de aranha.
------------------------------------------
CAP. IX
Rebola... rebola... rebola... rebola, Rebola-rebolando pelo buraco fora! Forç¡ para baixo! Splash! Plump! Lá ¶ã¯ eles, bump que bump!
-----------------------------
Ide pelo rá°©do e escuro rio abaixo De volta a terras que conhecestes! Deixai os fundos salíµ—í³ e as cavernas, Deixai as í®§remes montanhas setentrionais Onde a floresta imensa e vaga Em cinzenta e triste sombra se acolhe! Flutuai para lá ¤o mundo das á²¶ores, Para a sussurrante brisa, Passai os juncais, passai os canaviais, Passai as ervas ondulantes dos pâ®´anos, Atravé³ da n鶯a que branca se ergue, noite, de lago e lagoa! Segui, segui as estrelas que saltam No céµ frio e abobadado; Virai quando a alvorada descer à ´erra, Descer aos rá°©dos, descer à ¡reia, Para sul! E para sul! Procurai a luz do Sol e do dia, Voltai a pastagens, voltai a prados, Onde as vacas e os bois pastem! Voltai a jardins nos montes Onde a baga incha e enche luz do Sol, à ¬uz do dia! Para sul! E para sul! Ide pelo rá°©do e escuro rio abaixo, De volta a terras que conhecestes!
----------------
CAP. X
O rei debaixo da montanha, o rei da pedra esculpida, O senhor de fontes de prata Regressará ¡o que é ³eu!
A sua coroa será ¤efendida, A sua harpa reafinada, Os seus salíµ—í³ ressoarã¯? Com cançµ¥s antogas, recantadas.
As florestas ondular㯠nas montanhas E a erva debaixo do Sol, A sua riqueza fluirá ¥m fontes E os rios correr㯠dourados.
As ᧵as fluiram alegres, Os lagos brilhar㯠e queimar㯬 Toda a m᧯a e risteza morrer� Com o regresso do rei da montanha!
------------------
CAP. XV
Sob a montanha negra e alta O rei voltou para o seu palácio! O seu inimigo está morto, o Verme do Pavor, E sempre assim os seus inimigos cairão.
A espada é afiada, comprida a lança, Veloz a seta, forte a porta; Ousado é o coração que fita o ouro, Nunca mais os Anões sofrerão injustiça.
Os anões antigos fizeram grandes encantamentos, Enquanto os martelos batiam como sinos vibrantes Em lugares fundos onde escuras coisas dormem Em salas vazias sob os montes.
Em colares de prata aprisionavam A luz das estrelas, em coroas depunham O fogo do dragão, de arame torcido A melodia das harpas teciam.
O trono da montanha está de novo livre! - povo errante, o chamamento atende! Vem depressa! Vem depressa! Através do deserto! O rei de amigos e parentes carece.
Agora chamamos sobre as frias montanhas, “Voltai para as cavernas antigas!� Aqui, às portas, o rei aguarda, As suas mãos são ricas de gemas e ouro.
O rei voltou ao seu palácio Sob a montanha escura e alta. O Verme do Pavor foi abatido e está morto. E sempre assim nossos inimigos cairão!
-----------------------------------------
Cap. XIX
O dragão está mirrado, Os seus ossos desfazem-se; A sua couraça está quebrada E o seu esplendor humilhado! Embora a espada enferruje E o trono e a coroa pereçam, Com força em que os homens confiaram E riqueza que estimam, Aqui a erva continua a crescer, E as folhas ainda abanam, A água branca corre E os elfos continuam a cantar Vinde! Trá-lá-lá-lálá! Voltai ao vale.
As estrelas são muito mais brilhantes Do que gemas incontáveis, A Lua é muito mais branca Do que prata entesourada: O lume é muito mais luzente Na lareira do crepúsculo Do que ouro tirado de minas, Para quê ir então procurá-lo? Oh, trá-lá-lá-lálá! Voltai ao vale.
Oh, aonde ides Que tanto tardais em voltar? O rio corre, As estrelas estão todas acesas! Oh, aonde, tão carregados, Tão tristes e melancólicos? Aqui elfo e donzela élfica Acolhem agora os fatigados Com trá-lá-lá-lálá Voltai ao vale Trá-lá-lá-lálá Fá-lá-lá-lálá Fá-lá!
-------------
Cantai, vós alegres, cantai agora todos juntos! O vento está na copa das árvores, o vento está na urze, As estrelas estão em botão, a Lua está em flor, E luminosas são as janelas da noite na sua torre.
Dançai, vós alegres, dançai agora todos juntos! Macia é a erva, e que os pés sejam como penas! O rio é prata, as sombras fogem; Alegre é Maio, e alegre é a nossa reunião.
Cantemos agora docemente e teçamos-lhe sonhos! Embalemo-lo no sono e nele o deixemos! O viajante adormeceu. Afofai-lhe agora a almofada! Dormi, dormi! Amieiro e Salgueiro!
Não suspireis mais, Pinheiro, até ao vento matinal! Escondei-vos Lua! Negra seja a Terra! Caluda, caluda! Carvalho, Freixo e Espinheiro! Silenciosa fique toda a água até alvorecer!
--------------
As estradas nunca acabam, Seguem sob rochas e sob árvore, Por cavernas onde o Sol nunca brilha, Por rios que nunca encontram o mar. Por neve semeada pelo Inverno, E através das alegres flores de Junho, Por cima da erva e da pedra E sob montanhas ao luar.
As estradas nunca acabam, Seguem sob nuvens e sob estrela, No entanto os pés que partiram em viagem Sempre acabam por voltar-se para o lar distante. Olhos que viram fogo e espada E horror nas mansões de pedra Fitam-se finalmente em verdes prados E árvores e montes velhos conhecidos.
|
|